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Rituais de Beleza

por Dra. Rita Belo Alves

Rituais de Beleza

por Dra. Rita Belo Alves

5 Problemas de Saúde Associados Ao Calor e Como Prevenir

08.08.23

Calor

Os dias quentes de verão trazem alegria e boa disposição, mas quando a temperatura é demasiado alta ou estamos demasiado tempo expostos a ela, trazem também desafios para a saúde que requerem atenção. Neste artigo vou falar-te dos 5 efeitos mais evidentes que o calor e o sol tem no corpo humano, desde as pernas pesadas à ameaça silenciosa do cancro de pele, e desvendar-te soluções inteligentes para te manteres saudável mesmo nos dias mais quentes.

 

5 Problemas Associados Ao Calor e ao Sol:

  • Pernas Pesadas
  • Vermelhidão
  • Insolação
  • Desidratação
  • Cancro de pele

 

1) Pernas Pesadas:

pernas pesadas

As pernas pesadas são uma queixa comum durante os dias quentes, muitas vezes decorrentes da dilatação das veias e da dificuldade de retorno do sangue das pernas para o coração. O que provavelmente não sabes é que poderás estar no primeiro estadio da Doença Venosa Crónica (DVC) - correspondente ao estadio C0 da Classificação CEAP:

clacificação ceap da DCV
(Fonte da imagem: https://scmmarco.com/especialidades/cirurgia-vascular)

A boa notícia é que com os devidos cuidados podes controlar a sua evolução. Caso já tenhas telangectasias ("derrames" ou "varizes" - C1) ou veias varicosas (C2) podes aplicar as mesmas recomendações que vou deixar aqui. Mas em estadios mais avançados ou por motivos estéticos deves consultar um médico especialista em Cirurgia Vascular.

 

Para prevenir o ideal é:

  • Evitar a exposição ao calor e ao sol direto;
  • Evitar passar muito tempo em pé parado;
  • Não fumar;
  • Manter um peso saudável.

 

Para aliviar o desconforto associado às pernas pesadas recomendo:

  • Elevar as pernas sempre que possível, principalmente ao fim do dia;
  • Praticar atividade física suave, como caminhadas ou pilates;
  • Usar meias de descanso ao passar muito tempo em pé;
  • Tomar um suplemento com propriedades venotrópicas, ou seja, com ação benéfica na circulação, como o Castanheiro da Índia da Arkocápsulas ou as cápsulas Circularom da Pranarom;
  • Hidratar a pele após o banho com um creme emoliente não-tóxico*, como o Exomega da A-Derma pois a pele tende a ficar mais seca e desconfortável;
  • Tomar banho com um óleo de duche não-tóxico*, como o Exomega da A-Derma, usando água tépida e finalizando com uma passagem por água fria;
  • Em SOS aplicar um spray de alívio imediato, como o Ringana Light Legs, massajando de baixo para cima, ou seja, no sentido dos pés para as coxas.

 

2) Vermelhidão:

vermelhidão

A vermelhidão da pele é um sinal de inflamação, quer por aumento da permeabilidade capilar (os vasos dilatam com o calor), irritação da pele pela transpiração ou queimadura pela radiação UV (escaldão).

 

Para prevenir o ideal é:

  • Evitar a exposição ao calor e ao sol direto;
  • Ter uma alimentação anti-inflamatória;
  • Preferir atividade física mais suave, como pilates ou yoga;
  • Não fumar;
  • Usar cosméticos não-tóxicos* com textura ligeira e não oclusivos, como este sérum que hidrata em profundidade e este creme que hidrata, refresca e acalma à superfície (recomendo combinar os dois para um maior benefício, dado que os séruns e os cremes atuam em diferentes profundidades da pele e ambas precisam deste cuidado);
  • Aplicar um protetor solar não-tóxico* de textura ligeira e não oclusiva durante a exposição solar, sempre que não se consiga evitá-la, como estes para o rosto e para o corpo;
  • Tomar um SUPLEMENTO ALIMENTAR ANTIOXIDANTE durante os meses de exposição solar, preferencialmente iniciado 15 dias antes dos primeiros dias de exposição para preparar a pele. Este é um importante e excelente reforço para proteger a pele da radiação, prevenir alergias solares e manter a pele saudável ao longo de todo o verão.

 

Para reduzir a vermelhidão recomendo:

  • Utilizar um spray de Água termal em SOS, sempre que necessário, para refrescar e desinflamar de imediato, bem como ajudar na cicatrização da pele;
  • Aplicar gel de Aloé vera sem álcool, sem perfume e não-tóxico*, como o da Pranarom, para desinflamar, regenerar e acalmar a pele irritada, até 3x/dia;4
  • No banho usar um gel de limpeza do corpo com ação calmante, como o Soleil des Vinges da Caudalie;
  • Aplicar uma loção pós-solar não-tóxica* se a pele esteve exposta ao sol, como esta da Caudalie, para hidratar, neutralizar os danos provocados pela radiação UV, reforçar a barreira cutânea, reduzir a inflamação e acalmar a pele;
  • Aumentar a ingestão de alimentos ricos em antioxidantes, como frutos vermelhos e vegetais de folha verde escura, que ajudam a combater os danos dos radicais livres;
  • Meditar ou tomar consciência da respiração durante um flush (acesso de vermelhidão) para praticar o estado de presença, para ajudar a reduzir o stress que o corpo e a mente estão a percepcionar.

 

Alerto também que a inflamação além de localizada pode ser sistémica, isto é, com origem no nosso interior e que afeta todo o organismo. Não significa que o corpo fique todo vermelho, pode ser só o rosto ou o peito, por exemplo. A questão aqui é que há uma origem mais profunda que deve ser tida em conta. É o que acontece em casos de Rosácea, stress psicológico ou emocional, ansiedade, infeções, tabaco, toma de certos medicamentos ou ingestão de álcool, fritos e outros alimentos inflamatórios. Mas mesmo nestes casos, todas as estratégias que recomendo acima também vão ajudar :) Verifica apenas se poderás precisar de algum apoio profissional, como ajustar a medicação com o médico, Cessação Tabágica, ou Coaching de Saúde Holístico.

 

3) Insolação:

insolação

A insolação ocorre quando o corpo sobreaquece, levando a sintomas como dores de cabeça intensas, confusão e pele muito quente ao toque, e é potencialmente fatal. O INEM explica que "a insolação é uma situação que ocorre em consequência da exposição prolongada ao calor, mas em que os mecanismos habituais que o organismo tem para arrefecer o corpo falham, constituindo uma emergência médica."

As crianças e os idosos são mais vulneráveis a este tipo de desregulação térmica, dada a fragilidade do seu Sistema Nervoso Central, bem como quem sofre de problemas de saúde crónicos como diabetes, doenças pulmonares ou renais, em que já existe uma inflamação crónica adjacente.

 

Para prevenir a insolação é essencial:

  • Beber bastante água para manter a hidratação;
  • Evitar bebidas alcoólicas, açucaradas e refrigerantes, que desidratam;
  • Procurar um ambiente mais fresco e à sombra;
  • Evitar a exposição solar entre as 11h e as 17h;
  • Não praticar atividade física se implicar exposição prolongada ao calor e evitar sempre as horas de maior calor, como uma corrida ao meio-dia, por exemplo;
  • Usar roupas leves, claras e de algodão ou linho, chapéu e óculos de sol;
  • Utilizar um spray de Água termal para refrescar;
  • Aplicar um protetor solar não-tóxico* de textura ligeira e não oclusiva durante a exposição solar, sempre que não se consiga evitá-la (ex. no carro entre casa e trabalho), como este da Caudalie.

 

De acordo com o INEM, perante uma insolação deve-se atuar da seguinte forma:

  • Ligar imediatamente para o 112;
  • Levar a vítima para um local fresco, sentá-la ou deitá-la e despi-la;
  • Refrescar a vítima, passando água à temperatura ambiente por todo o corpo, utilizando por exemplo, uma toalha, chuveiro ou esponja.
  • Verificar a temperatura, procurando que esta desça, pelo menos, para os-38,0ºC;
  • Não administrar medicamentos para reduzir a temperatura numa fase inicial, pois não funciona, dado que o organismo perdeu a capacidade de regulação da temperatura;
  • Monitorizar o estado da vítima até as equipas de emergência chegarem. Se a temperatura voltar a subir voltar a fazer o mesmo processo de arrefecimento.

 

4) Desidratação:

desidratação

Nos dias quentes o corpo perde mais líquidos através do suor, o que aumenta o risco de desidratação. O seu impacto negativo na nossa saúde pode ir desde cansaço e sono, fraqueza, tontura e dores de cabeça, até redução da produção de urina, suor e lágrimas, aceleração dos batimentos cardíacos, quebra de tensão, desmaios, convulsão, coma, falência de órgãos e morte.

 

Para prevenir a desidratação e restaurar a hidratação:

  • Beber bastante água;
  • Preferir refeições e alimentos ricos em água, como sopa, melancia e pepino;
  • Evitar bebidas alcoólicas, açucaradas e refrigerantes, que desidratam;
  • Evitar a exposição ao sol e preferir ambientes frescos;
  • Usar roupas frescas e claras;
  • Não praticar exercícios físicos intensos nos horários mais quentes;
  • Em caso de necessidade, como vómitos ou diarreira, tomar uma solução de rehidratação oral.

 

5) Cancro da Pele:

melanoma

O cancro da pele resulta de um dano provocado pela radiação ultravioleta da luz solar (UV) no ADN das células, que leva ao aparecimento de células anormais. Ao contrário das células normais da pele, que quando envelhecem ou são danificadas morrem naturalmente, estas "anormais" perdem esse mecanismo de controlo. Não só não morrem quando envelhecem ou se danificam, como ainda produzem descontroladamente novas células-clone, acabando por dar origem a uma lesão maligna localizada que gradualmente vai aumentando e origina um tumor (neoplasia).

Existem lesões cutâneas que, no decurso da sua evolução natural, têm uma elevada probabilidade de sofrer transformação maligna, às quais chamamos de lesões pré-cancerosas. As mais frequentes são as queratoses actínicas, lesões vermelhas e escamosas que surgem de forma multifocal, ou seja, aparecem várias lesões semelhantes e não apenas uma única num só ponto, e nas zonas do corpo que geralmente trazemos “a descoberto” todo o ano (exposição solar crónica).

 

Os tipos de Cancro da Pele mais frequentes são:

  • Basalioma (65%): mais frequente mas menos agressivo. Tem um crescimento lento e só em casos raros metastiza (alastra-se) para outras partes do corpo. Contudo, se não for tratado pode tornar-se invasivo em profundidade, com destruição local e profunda dos tecidos. Surge principalmente nas zonas do corpo que apanham mais sol, nomeadamente no rosto, cabeça, pescoço e tronco.
  • Carcinoma espinocelular (25%): também designado como carcinoma das células escamosas (tradução literal do inglês "squamous cell carcinoma"). É um tipo de carcinoma mais agressivo que o anterior e pode, raramente e em fases mais avançadas, metastizar para os gânglios linfáticos e atingir outros órgãos. Aparece principalmente em áreas da pele que apanham mais sol ou em locais sujeitos a inflamação crónica, como queimaduras, escaldões, feridas crónicas ou cicatrizes antigas.
  • Melanoma (7 a 8 %):  o menos frequente mas mais maligno, pois tem tendência para metastizar rapidamente se não for detetado e tratado nos estadios iniciais. Tem origem nos melanócitos, as células da pele responsáveis pela produção de melanina (pigmento castanho que dá cor à pele). Surge com a exposição solar aguda e intermitente (como fazemos tipicamente em Portugal, ou seja, apanhamos muito sol e apenas durante o verão), por "acumulação" de queimaduras solares e por fatores genéticos.

Lesões
(Fonte da imagem: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/dermatologia/cancro-da-pele)

Para prevenir o Cancro da Pele:

  • Evitar a exposição solar entre as 11h e as 17h;
  • Não frequentar solários;
  • Aplicar protetor solar não tóxico com FPS 50+ e proteção contra raios UVA e UVB nas zonas do corpo expostas ao sol, sem esquecer as orelhas, o pescoço e o couro cabeludo (se careca ou cabelo rapado), de 2/2h ou mais frequentemente se tomares banho ou suares - como estes para o rosto e para o corpo;
  • Cobrir os sinais e manchas com um stick mineral, para maior proteção dos mesmos.
  • Tomar um SUPLEMENTO ALIMENTAR ANTIOXIDANTE durante os meses de exposição solar, um importante e excelente reforço contra os danos da radiação nas células da pele. Não só pode ajudar a prevenir problemas de pele associados à exposição solar como também ajuda a mantê-la mais bonita ao longo de todo o verão. Pode também ser iniciado 15 dias antes dos primeiros dias de exposição para preparar a pele, principalmente se a pele for clara, sensível ou alérgica ao sol, e terminar 15 dias depois, para prolongar o bronzeado. Sou fã! 😎
  • Usar chapéu e vestuário que oferecem proteção adicional;
  • Ter uma alimentação anti-inflamatória, pois é rica em fitonutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres e a inflamação envolvidos no desenvolvimento do cancro;
  • Visita anual ao Médico de Família e ao Dermatologista;
  • Realizar um auto-exame com regularidade aos próprios sinais, seguindo a regra ABCDE para saber se estão normais ou se são malignos (melanoma):

avaliação ABCDE
(Fonte da imagem: https://www.unisseixal.org/2018/04/19/quarta-feira-cultural-prevencao-do-cancro-da-pele)

Embora o Cancro da Pele não advenha do calor mas sim do sol, decidi falar sobre este tema aqui porque tendemos a expor-nos mais ao sol nos dias de maior calor. Contudo relembro que é necessário ter os mesmos cuidados em dias de temperaturas amenas e mesmo nublados, pois embora o corpo tolere melhor o calor, a exposição à radiação UV pode ser suficiente para causar um escaldão e contribuir para o cancro de pele.

 

Ao adotares os hábitos saudáveis referidos neste artigo poderás aproveitar os dias ensolarados de forma consciente e responsável enquanto cuidas da tua saúde e da tua pele de forma holística, respeitando também o ambiente.

Boas férias, Bel@! 😘

 

* NOTA: O termo "não-tóxico" é usado para definir produtos que excluem ingredientes com potencialmente prejudiciais para a nossa saúde e para o ambiente. Lê mais sobre este tema aqui e aqui.

Crackers de Sementes

02.08.23

crackers

Deixo-me sempre cativar por receitas com menos de 5 ingredientes. Afinal, quão difícil pode ser levar a bom porto uma receita com os ingredientes que podem ser contados com os dedos de uma mão, sem criar um cenário dantesco na cozinha? Right?! E quando assim é, duplico logo a receita!!

...e estrago tudo. Sujo muito, aborreço-me, enfim…

Foi precisamente o que aconteceu com esta receita. Sujei muito, aborreci-me… mas apenas até provar a primeira cracker e tudo valeu a pena. Por isso utilizem logo recipientes espaçosos, porque vão ter que mexer muito (e assim evitam sujar tanto quanto eu) e aceitem que a “massa” vai ser viscosa e difícil de espalhar e que vai dar vontade de deixar as crackers mais grossas para acabar o serviço mais rápido (mas não o façam!!). Para facilitar poderão não dobrar a receita como eu fiz, mas vão arrepender-se, pois acabarão depressa!
 
Não há nada como ter um snack crocante à mão para matar aquele bichinho de “fome” que teima sobreviver. Ou para acompanhar as pastas tão saudáveis e práticas, doces ou salgadas, que faço questão de ter sempre à mão.
Podem ser facilmente transportadas. Mantêm-se crocantes durante imenso tempo quando guardadas num recipiente hermético. E o sabor… aaaahhhh!
 
No Plantily (o blog onde a receita se encontra originalmente), a Fiona dá algumas dicas sobre a versatilidade destas crackers. E essa é uma das suas mais valias. Podem acrescentar especiarias e aromáticas secas a gosto ou omitir os ingredientes que dão sabor à receita original, que de resto é a que fiz e vos passarei de seguida.
 
Bora lá!
 
Crackers de sementes
- 1 cup de sementes de linhaça
- ½ cup de sementes de sésamo e de abóbora (eu usei mistura de sementes para salada)
- 3 colheres de sopa de tamari
- ¼ cup de levedura nutricional
- ½ cup de água
- sal (atenção que leva tamari!)
 
Começamos por pré-aquecer o forno a 135º. 
Juntamos os ingredientes secos numa tijela, adicionamos os líquidos, misturamos todos muito bem e deixamos a mistura descansar cerca de 5 minutos para as sementes de linhaça absorverem a humidade e se tornarem viscosas.
Assim que a mistura engrossa, mexe-se vigorosamente durante alguns minutos de forma a que a mistura ganhe ar (essencial para que fiquem crocantes).
Cobre-se um tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal e espalha-se a mistura - que se vai agarrar à colher, às mãos, ao tabuleiro, que se libertará do papel vegetal, maaaaas não desesperem que vai valer a pena! - o mais fina possível. (Aconselho usar uma colher ou mão molhadas, mas não a pingar, e outra folha de papel vegetal por cima para facilitar o processo.)
E, opcionalmente, poderão cortar a massa espalhada, ainda crua, em quadrados ou triângulos ou o que entenderem, com uma faca ou cortador de pizza (também molhados).
Colocamos o tabuleiro no forno e deixamos cozinhar durante 25 minutos. No final deste tempo, retiramos o tabuleiro e viramos as bolachas para que percam a humidade que ainda têm.
Se estiverem muito presas ao papel onde cozem, virem o papel com as bolachas sobre uma segunda folha e pelem as bolachas de modo a que fiquem já viradas para voltar ao forno, onde ficarão durante mais uns 15 a 20 minutos, até que ganhem alguma cor e sequem.
Se for muito difícil descolar o papel, poderão não estar secas o suficiente e nesse caso deverão voltar mais uns minutos ao forno.
Depois é só deixar arrefecer bem antes de guardar num recipiente hermético.
 
Vão por mim.. se escolherem uma tijela grande e mantiverem a calma, tudo correrá bem. Se não forem as pessoas mais pacientes do mundo, aguardem que a primeira fornada saia do forno, provem e tudo valerá a pena.