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Rituais de Beleza

por Dra. Rita Belo Alves

Rituais de Beleza

por Dra. Rita Belo Alves

Autora Convidada: Cristina Alves

09.08.22

Cristina

Sou a Cristina, alentejana mãe de três Ms (duas gaiatas e uma Mia), casada com o melhor marido do mundo, sou aquela que @queriaseramélia, Técnica Superior numa Residência Sénior e dona de um corpo que grita por ajuda há muitos anos. Contudo, dou muito valor à “boa vida”gosto de laurear, ler, fotografar, cozinhar e comer ...o que faz de mim a pessoa perfeita para esta colaboração (pelo menos, assim espero).
 
A mais velha (com 13) foi diagnosticada com Doença Celíaca há 10 anos, a pequena (com 4) é um desafio à mesa, com grande resistência a texturas e cores de alimentos e eu a realizar exames para diagnosticar doença autoimune (provavelmente, Artrite Reumatoide), resulta, como devem calcular, numa festa na cozinha. Bem vistas as coisas, só o meu marido não tem “esquisitices” e vai embalado no que é melhor para todos. Pesquisar, adaptar e substituir são já os nossos nomes do meio e, vamos lá admitir, são bem cools.
 
Sempre gostei de um bom prato com garfinhos à volta, em pequena já pedia “pitíco” ao meu pai e detesto dietas pesadas e contadas. Mas a vida pregou-me a primeira partida à mesa quando a minha filha mais velha foi diagnosticada com Doença Celíaca. Na época, com a ajuda da minha mãe, ainda sem a variedade de produtos que hoje encontramos em qualquer supermercado, vi-me obrigada a puxar pela criatividade e tentar substituir tudo para que nada lhe faltasse. Desde então, e já lá vão 10 anos, não voltámos a consumir glúten em casa.
 
A mais nova, que era um óptimo garfo, começou a manifestar cada vez menos interesse por alimentos de cores intensas e de texturas marcantes, até atingir a sua aversão. Andamos há dois anos a ensiná-la a comer o arco-íris e vejam bem a nossa alegria: esta semana provou melancia!!! …provou!!! ...melancia!! …aos 4 anos!!!
 
Quanto a mim, este foi o ano em decidi não sofrer mais dores, não envelhecer tão depressa, manter-me viva e desperta e se possível rejuvenescer! Estou em processo de descoberta e cura. Sei que terei uma doença autoimune e embora tudo aponte para Artrite Reumatoide, ainda não temos a certeza, por isso os exames continuam. Mas foi logo, na primeira consulta, que fui aconselhada pelo meu médico de família a iniciar uma “dieta anti-inflamatória” – mais uma dieta, pensei, embora resignada e até direi com algum entusiasmo. Mas foi com a Rita que percebi a sua importância e acima de tudo que não se trata de uma dieta, mas sim um tipo de alimentação. Não se trata de cortar e medir. É uma alimentação que pressupõe um estilo de vida diferente, uma mudança holística, um contributo para o que atrás menciono e pretendo alcançar. Opto agora por uma alimentação mais digna, menos tóxica, mais rica
nutricionalmente e plant based. Uma alimentação que me traga mais saúde e alegria. Mas para vos transmitir esse conhecimento, temos a Rita, que será a pessoa mais indicada para esse fim.
 
Mantendo o mesmo pressuposto (e porque não sou rapariga para deixar de comer), defendo a pesquisa e criatividade na cozinha, para continuar a substituir por mais saudável, mais colorido e também mais bonito.
 
A Rita, já conheço há muitos anos. Será clichê (mas também verdade) que a conheço desde que nasceu e nem fazem ideia do caminho (académico, mas sobretudo interior) que percorreu para aqui chegar. A Rita tem uma personalidade bonita e é extremamente empenhada naquilo a que se propõe. Sei, por isto, que se aqui estão, estarão no sítio certo!
 
Eu vim apenas a convite da anfitriã, porque a vida é composta como uma cadeia de opções, actos e possibilidades ou uma casa cheia de portas e janelas, que ora fecham e/ou abrem. Assim, aqui me encontro nesta colaboração bonita, para apresentar as receitas que vou testando, com as devidas adaptações.
 
Devo partilhar aqui também que, na minha alimentação, optei por evitar quase todos os produtos de origem animal, exceptuando alguns provenientes de animais felizes. Contudo, porque não gosto de dietas medidas e cortadas a régua e esquadro, gosto de sentir a minha alimentação como um oceano fluído que me permite apanhar uma ou outra onda, menos de acordo com a alimentação anti-inflamatória, mas que me traga algum conforto ou alegria em
determinado momento. Posso, contudo e felizmente, partilhar que, na hora H, as minhas opções já são naturalmente mais tendenciosas para esta alimentação. Chamo-vos, portanto, a atenção que todas as receitas são adaptáveis às vossas escolhas.
 
Procuro refeições simples, com receitas fáceis e rápidas e que acima de tudo me apaziguem a vontade daquelas refeições a que habituámos o corpo a pedir.