Como Sair da Calamidade Psicológica
Data de publicação: 31-05-2020. Data da última revisão: 23-05-2024.
Os Estados de Emergência e de Calamidade em que o mundo entrou afetou-nos a todos.
Uns passaram a trabalhar mais horas, outros perderam o emprego; uns ficaram em casa outros na linha da frente; uns ficaram longe da família, outros demasiado perto; uns passaram a ter demasiado tempo livre, outros pouco ou nada. Deixámos de fazer muitas das coisas que gostávamos e passámos a ter de lidar com um perigo invisível. Esta fase de mudança gerou muito medo e insegurança, mas acima de tudo obrigou-nos a lidar de frente com todas as escolhas que fizemos ao longo da nossa vida: casa, filhos, casamento, trabalho... Mais do que nunca vimos os nossos defeitos espelhados nos outros para aprendermos com eles. Mais do que nunca os nossos níveis de paciência e tolerância foram postos à prova. Mais do que nunca fomos obrigados a mudar.
Mas este medo, esta ansiedade constante e esta mudança abrupta vai corroendo-nos por dentro aos poucos até um dia acordarmos sem vontade para nada a não ser chorar, e não percebemos porquê. Pela minha experiência falo, quer pessoal, quer profissional. Como farmacêutica, nesta fase assumi a linha da frente juntamente com as minhas colegas para conseguirmos manter o serviço à comunidade, e felizmente conseguimos, mas com muitas horas de trabalho exaustivo. Por algum tempo a minha especialidade de dermocosmética, que me dá tanta alegria, ficou para trás para dar lugar à luta contra o COVID-19. Deixei de fazer o que maior prazer me dá a nível profissional, esqueci por completo a alimentação saudável porque sentia necessidade de alimentos que geram maior saciedade, e vi-me impedida de praticar exercício físico ao ar livre, que tanto me ajudava a equilibrar o corpo e a mente. De repente fiquei sem tempo para mim, para a minha família, para a minha casa, e cada vez que abria as redes sociais sentia-me desalinhada com o mundo que vivia o oposto: #euficoemcasa. Mas #euficoemcasa também não estava a ser fácil de gerir - as pessoas andavam ansiosas e cheias de insónias e vinham procurar ajuda nesse sentido. Portanto, seja qual for o teu caso, é muito provável que te sintas num estado de "Calamidade Psicológica". Podiamos chamar-lhe Depressão, mas ao tirarmos a importância do rótulo, retiramos o peso que ele acarreta e sentimos que é mais fácil de superar :)
Se passaram ou estão a passar por algo do género, espero que este post vos ajude. É um post muito pessoal, porque resulta da minha própria luta. Partilho convosco aquilo que me ajudou a superar esta fase complicada:
Como Sair Do Estado De Calamidade Psicológica Em 3 Passos
1º) Fala com alguém sobre o que estás a passar. Só o facto de exprimires por palavras o que estás a sentir torna-te mais ciente do que se passa dentro de ti, da origem das tuas emoções, e será mais fácil encontrar uma solução.
2º) Toma uma atitude. Todas as mudanças positivas que deixaste para depois são para começar HOJE. Alimentação saudável, actividade física, yoga, meditação, novos cuidados de pele, ler um livro sobre desenvolvimento pessoal, organizar o teu tempo e as tarefas para a família, estabelecer limites... Tudo isto ajuda. Não amanhã, não um dia, mas JÁ!
3º) Reprograma o teu discurso interno:
- E se e vez de “vai ficar tudo bem”, “está tudo bem”? Presença. O agora é como tem de ser e é o único momento que existe. O passado e o futuro existem apenas na nossa mente, e se estivermos atentos podemos impedir que manipulem os nossos pensamentos, emoções e ações. Para estarmos atentos temos de estar presentes, aqui e agora. Repara na tua respiração. Sente o bater do teu coração, o calor que gera dentro de ti. O formigueiro da energia a fluir nas tuas mãos. A tua pele em contacto com o assento onde repousas. O ambiente que te rodeia, vê e ouve sem rotular nem criticar, simplesmente contemplando tudo tal como é. Aqui e agora, tudo é como tem de ser. Aqui e agora, tudo está bem.
- E se em vez de resistires ou retaliares, aceitares? Aceitação. Tudo está em ordem. Nada acontece por acaso, tudo tem um motivo. Um motivo superior, que o pensamento humano não consegue alcançar pois é limitado. Não o conseguimos controlar, por isso podemos tirar esse peso de cima dos nossos ombros e permitir que assim seja. Que tudo seja, tal como é. Não há bom nem mau - as coisas, as pessoas e os acontecimentos apenas são. São o que são. O bom e o mau apenas existem na nossa mente, são rótulos, julgamentos. Ao aceitarmos e amarmos o presente, o presente aceita-nos e ama-nos também. E tudo flui naturalmente.
- E se ouvires o que as emoções te querem dizer? Meditação. Tudo é energia, e esta tende sempre para o equilíbrio. Por isso existe o Yin e o Yang, o Dia e a Noite, o Interior e o Exterior, a Vida e a Morte, a Atração e a Repulsão, o Movimento e a Estase, a Tranquilidade e a Agitação, e por aí fora. Nada é bom nem mau, simplesmente é, porque uma energia só existe na existência da outra, e ambas complementam-se e equilibram-se. Quando alguma está em desequilíbrio, sentimos uma força oposta a querer equilibrar. É o que acontece com as nossas emoções. Elas existem para nos alertar que algo se passa dentro de nós, algo que não está bem. Temos de nos permitir senti-las em vez de ignorá-las ou recalcá-las. Temos de lhes prestar atenção. Só assim poderemos agir conscientemente para restaurar o nosso equilíbrio. Caso contrário elas naturalmente acabarão por tomar conta do assunto, evoluindo até se apoderarem de todo o nosso corpo. Por exemplo, na tentativa de restaurar o equilíbrio, um estado de ansiedade (agitação) pode transformar-se numa depressão (estase).
- E se não deres importância? Desapego. Aconteça o que acontecer, tudo passa. Tudo muda. Muitas vezes usamos a expressão “é só uma fase” para nos lembrarmos disto mesmo. Não há nada mais certo nesta vida que a mudança. Faz parte do movimento natural da energia, do universo, da evolução. O maior inimigo da mudança é o apego. O apego às pessoas, às coisas, às memórias, às crenças e opiniões, ao ego. Queremos que fiquem connosco, que sejam nossas, que estejam vivas, que estejam presentes… Mas nada é verdadeiramente nosso e nada está sob o nosso controlo. Tudo o que aconteça é porque assim tem de ser. Podemos não o conseguir ver no momento e sofrer por isso (devido ao apego), mas mais tarde percebemos a aprendizagem que dali nasceu, a evolução que criou em nós. Aceitamos, aprendemos e evoluímos com a mudança constante. E percebemos que podemos fazer algo para atenuar o nosso sofrimento: largar, deixar ir, desapegar.
- E se a solução estiver no teu coração? Gratidão. Só podemos receber aquilo que damos. E só podemos dar o que temos. Logo, só podemos receber o que já temos. Significa isto que toda a abundância já se encontra dentro de nós. Faz parte do nosso ser. Só temos de nos lembrar disso e agradecer por todas as bênçãos que existem na nossa vida. A gratidão, profunda e genuína, é uma energia altamente transformadora! Quando sentimos a gratidão no nosso coração, sorrimos. Descobrimos a felicidade instantaneamente, vibramos numa energia superior de fé, e abrem-se novos caminhos na nossa vida.
Suplementos Que Podem Ajudar
Podem associar 1 de cada grupo, se necessário:
- Para equilibar o Sistema Nervoso:
- Magnésio Citrato (Solgar) ou Magnésio B6 (Absorvit) - reduz a irritabilidade e o stress.
- Passiflora (Arkocápsulas) - mantem o estado de relaxamento ao longo do dia.
- 5-HTP (Solgar) ou - Absorvit Smart Neuro - reduz os sintomas associados à depressão.
- Para acalmar, em SOS (escolher um deles):
- Valeriana (Arkocápsulas) - quando o stress é ligeiro e provoca défice de sono.
- Crataegus (Arkocápsulas) - quando a ansiedade provoca sintomas ao nível cardíaco (palpitações, p.ex.).
- Rhodiola (Arkocápsulas) - quando o stress é muito elevado.
- Para induzir o sono e reduzir os despertares notunos, em caso de insónias (SOS):
Assim que começarem vão sentir imediatamente a diferença. Provavelmente haverá alguns altos e baixos, mas mantenham o foco. Um dia, como que por magia, acordam a sentirem-se melhor que nunca! Se isso não acontecer dentro de um mês aconselho a pedirem ajuda ao vosso médico de família ou a um especialista. Pedir ajuda não é fraqueza, é força, é assumir que queremos melhorar e fazermos o melhor por nós. Por vezes é o impulso que precisamos para começar a melhorar, porque o resto depende sempre de nós: ninguém nos pode tirar do estado de "Calamidade Mental" a não ser nós próprios, a nossa própria força psicológica. Parece um contrassenso, como ir buscar água a uma fonte seca. Mas nós somos mais fortes e a nossa mente é capaz de muito mais do que imaginamos. Basta querermos, darmos o primeiro passo e focarmo-nos nos nossos objetivos! Não foi assim que alcançámos tudo o resto? :)
Coragem, força e fé!